Durante esta semana recebi uma notícia daquelas que nós nunca queremos receber, daquelas notícias que até o toque do telefone nos provoca tristeza. A minha querida tia Zizinha, irmã do meu pai, tinha falecido. Desloquei-me a Braga para participar nas cerimónias fúnebres, que foram aterradoramente tristes e em que que a dor desta partida transbordava nas lágrimas que pareciam não querer parar de correr nos diferentes rostos carregados. O silêncio esmagador substituiu as palavras de circunstância e apenas se tentou a fazer a justa homenagem a uma boa pessoa. A minha tia era um anjo-da-guarda, não só pela aparência física, cabelo louro encaracolado e grandes olhos azuis, mas principalmente pela sua maneira de ser. Quando alguém do seu conhecimento precisava de ajuda, a tia Zizinha era a primeira e muitas vezes a única pessoa a disponibilizar atenção e carinho a essa pessoa. Infelizmente, ninguém conseguiu corresponder a esse auxílio quando ela mais precisou, no dia 16 de Janeiro. Tinha sempre uma palavra amiga para todos, sendo, igualmente, excelente conselheira. Com o seu excelente sentido de humor e as suas gargalhadas contagiantes levava alegria a todos quantos a conheciam. Eu fui afortunada porque durante 34 anos pude conviver com uma pessoa que me ensinou tanto e me fez ainda mais, que iluminou a minha vida de forma enternecedora e única. Uma pessoa que será difícil de esquecer e que será continuamente lembrada nos corações daqueles que conviveram com ela. Todas as lágrimas que correram e correrão no meu rosto serão poucas...para homenagear, para recordar a minha querida tia. Usando as palavras acertadas e emocionadas, do meu tio e seu cunhado: "perdemos A nossa AMIGA" . Disso não tenho a mais pequena dúvida, perdi A minha amiga.