sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Convite para um passeio no "Jardim da Esperança"

Convido para um passeio pelo "Jardim da Esperança" de Diane Ackerman. É um livro que, baseado em diversas fontes da época, retrata de forma intensa a ocupação nazi da Polónia, nomeadamente da capital Varsóvia. Esta ocupação é relatada através dos olhos de um casal (recorrendo nomeadamente as informações fornecidas pelo diário da protagonista) que era tratador do Jardim Zoológico de Varsóvia. É curioso verificar que a ideologia nazi procurava aplicar o princípio da eugenia (apuramento da raça) não só aos seres humanos mas também aos animais, procurando realçar o lado mais selvagem de algumas espécies. O casal protagonista utilizou o seu local de trabalho, o Jardim Zoológico, como local de refúgio para alguns judeus que tentavam escapar ao holocausto. Não é propriamente um romance e não tem linguagem acessível, porém é um livro poderoso por ser assustadoramente real.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Saudades do olhar maroto

Voltando a Marrancos...quando a chuva cai intensamente, a bela aldeia radiosa torna-se triste porque a natureza escurece, as árvores vergam como peso da água e do vento. Apenas o lume de uma lareira consegue iluminar ligeiramente os rostos. Durante funeral do meu pai, em pleno Verão de 2003, Marrancos esteve triste, a natureza demonstrou o seu pesar através de chuva intensa e solidarizou-se com as pessoas que choravam o desaparecimento de alguém tão querido. Naquele dia a linda aldeia minhota não poderia estar radiante e alegre mas sim triste e chorando a morte de alguém que amava muito a sua terra. A passada 2ª feira fez-me reviver estes momentos e recordar mais intensamente o meu pai. Tenho saudades do seu olhar maroto e do seu sorriso trocista. Das suas longas reflexões e das seus argumentos que invariavelmente eram rebatidos por mim, conduzindo a trocas de ideias acaloradas e intensas mas sem vencedores oficiais. Não herdei os olhos azuis brilhantes e divertidos do meu pai...herdei o gosto pelas reflexões, pela argumentação, pela leitura e pela escrita. Herdei algum sentido de humor mas também o seu comodismo. Tenho saudades das nossas conversas, dos filmes que víamos juntos e sobre os quais existiam sempre comentários a fazer, tenho saudades do seu riso e de quando me fazia rir, quando brincava com a minha mãe...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Marrancos

Grandes expectativas tinha eu para os dias que iria passar em Marrancos. Já descrevi a bela aldeia minhota onde o meu pai nasceu, que me acolheu para férias e para viver. No ano passado sem grande vontade, confesso, fui para Marrancos e passei 5 dias de férias revigorantes e fantásticos. Este ano estava ansiosa por lá voltar, principalmente para voltar a viver os sentimentos de paz, descanso profundo e verdadeiro mas também de algum divertimento com os amigos. Foram elaborados grandes planos...comecei a contagem decrescente dos dias, tal como quando era criança! Mas este ano, Marrancos perdeu todo o seu encanto o que me entristeceu. Primeiro contratempo, parti 6ª feira cheia de febre, constipada e com dores de garganta e como é raro ficar de cama, penso que a última vez foi em Janeiro de 2000, não desanimei e comecei a ingerir medicamentos na busca de uma panaceia célere. Afinal tinha planos para a noite de 6ª feira, iria juntar alguns amigos em casa para matarmos saudades e celebrarmos a nossa saúde. Mas a febre teimava em não baixar e o convívio foi adiado...dada a impossibilidade de algumas pessoas para os dias seguintes, o convívio não se realizou. No sábado já me levantei ligeiramente melhor e saí. Fui ao cemitério visitar a campa do meu pai e "conversar" um pouco com ele e seguidamente fui até Braga. À noite estava de novo com temperatura elevada. Só 2ª feira é que me sentia com algumas forças embora ainda não totalmente recuperada. Nesse dia deu-se o segundo contratempo...o tempo. Choveu como se um dia de Inverno se tratasse. O vento acompanhou a chuva e arrefeceu de forma intensa. Não é possível passear na mata, dar uns passeios pela freguesia ou até ir ao café com um tempo tão desagradável. Por momentos cheguei a pensar que o Pai Natal estaria já a descer pela chaminé. O tempo e a febre perturbaram os meus dias de férias e entristeceram-me, não me proporcionando o alento que eu tanto ansiava. Uns raios de sol despontaram quando visitei as minhas grandes amigas Cristina e Palmira, conversei com a Carla Guimarães e com o Zé e noutros momentos mais fugazes com outros amigos.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os dias de férias vão passando e eu nem tenho escrito no diário...que grande falha da minha parte. Tal como prognostiquei, estes dias têm sido essencialmente de repouso, de leituras e de alguma praia ( o vento não tem ajudado muito).
No sábado transacto, passei um excelente dia na casa da minha amiga Telma que conheci na Pós-Graduação. Foi um almoço animado que se prolongou pela tarde, e mais importante ainda, sem que desse pelas horas passarem. A Telma e a sua adorável família convidaram para o repasto, o grupo de trabalho da pós-graduação juntamente com os seus acompanhantes. Como já tenho referido, neste momento não partilho a minha vida com ninguém especial, o significa que me apresentei sozinha. Importa, igualmente, explicar o tipo de relações que se estabeleceram entre este grupo de trabalho, que teve início como tal e que teve uma progressão no sentido da entreajuda, da camaradagem e da amizade. Partilhámos momentos, divertidos, de ajuda, de apoio, de simples conversa. Foram, definitivamente, bons momentos, os que vivemos. Tal como aconteceu no sábado. Infelizmente, um dos elementos do Grupo das 5, a Irina, viu-se impossibilitada de comparecer por razões de saúde, o que foi um enorme desgosto para todas nós.
E assim vão passando os dias das minhas férias.
Sexta-feira parto para Marrancos, com certeza voltarei com mais temas para partilhar.