domingo, 28 de novembro de 2010

Sinto o drama da folha em branco…há tanto para dizer e não sei como começar!!! Nenhum início me parece suficientemente original, as palavras não traduzem as minhas emoções… Este texto serve apenas para descrever o que senti na última 6ª feira quando saí da escola de Cabeceiras de Basto. Voltei para escola onde leccionei no ano passado e como consequência continuei como professora de algumas das turmas que já tinha tido. Ocasionalmente, fui professora durante 2 anos seguidos dos mesmos alunos e quando isso aconteceu, a relação aprofundou-se e tornou-se muito mais verdadeira e única. Recordo com saudades e com especial carinho, as minhas direcções de turma ou outras turmas da Escola Profissional Amar Terra Verde ou a turma B da Escola Professor Ruy Luís Gomes.
Na passada 6ª feira, pela primeira vez senti uma enorme tristeza invadir o meu coração... A minha profissão preenche-me e há turmas que me completam e me fazem crescer como pessoa. São os alunos para os quais vale a pena lutar e sofrer as agruras que vou consentindo ao exercer a minha profissão. A turma do 12º ano do curso profissional de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos é assim. Os alunos são simpáticos, atenciosos e com imenso sentido de humor. São interventivos, sabem reflectir e analisar as diversas situações. Com esta postura as aulas são animadas e com muito diálogo.
Na 6ª feira após mais uma aula em que os quarenta e cinco minutos voaram e de mais meia hora de conversa com alguns alunos...ao iniciar a viagem de regresso a casa fiquei atordoada pois as minhas emoções baralharam-se, e se por um lado sentia o meu dever cumprido e sabia que tinha passado mais alguns bons momentos com aquela turma, por outro lado percebi que estes momentos não se irão repetir por muitas mais vezes visto que a turma está a terminar o seu percurso educativo.

1 comentário:

Lídia Borges disse...

Um professor está sempre a ser confrontado com a despedida. Sei-o bem! Mas o que vai deixando para trás nunca é perdido.
Amadurece enriquece o caminhar e dá-nos a certeza que, apesar das agruras é uma tarefa nobre para a qual nem todos estão preparados. Um professor trabalha com a matéria prima mais preciosa do mundo - o ser humano.

Um beijo