domingo, 23 de dezembro de 2007

O balanço de 2007

Frequentemente organizo a minha vida em listas que são classificadas e ordenadas conforme o tema ou a sua importância. Por isso, é altura de realizar a análise do ano que agora termina, começando por listar os acontecimentos positivos a que atribuí mais relevância no ano de 2007:
1.º - A viagem "emancipadora" a Londres- os quatro dias foram inesquecíveis, pela cidade, pela experiência de "sobreviver" sozinha numa metrópole.
2º - Os diazinhos passados em Marrancos no mês de Agosto, aquando do casamento do meu amigo Zé, que serviram para retemperar as forças mas também para me divertir.
3º - O casamento do meu irmão - como reunião de família e amigos num ambiente alegre e confraternizador (será que inventei uma palavra?).
Passando aos momentos menos positivos do ano de 2007:
1º - A impossibilidade de renovação do contrato com a Escola Professor Ruy Luís Gomes, como era intenção da escola e meu desejo. Trabalhei na escola durante dois anos lectivos, afeiçoei-me a colegas e a alunos, adaptei a minha metodologia profissional, a possibilidade de renovação correspondia a uma pequena estabilidade que a minha vida profissional nunca se viu permitida a gozar.
2º- Dia 31 de Agosto, quando a expressão "Não colocada" se associou ao meu nome, a angústia e a frustração acompanharam-me durante mais 12 dias.
3º - O dia 29 de Junho quando me desloquei a Marrancos para prestar homenagem ao meu querido pai pelo quarto aniversário da sua morte. Este momento foi particularmente complicado porque não consegui suportar a dor e a tristeza novamente vividas acrescidas do peso de quatro anos de muitas saudades.
Perante este pequeno rol, posso concluir que o ano de 2007 foi globalmente positivo: tive saúde, desfrutei de bons momentos com a família e com os amigos...Não posso nem devo pedir muito mais...A não ser que 2008 seja igual ao ano que agora cessa!!!!!!!!!!Sendo ambiciosa...que seja ainda MELHOR!!!!!!!!!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Uma visita a um blog de uma amiga

O meu propósito ao escrever esta mensagem era desabafar sobre o incomodo que as obras do metro de superfície têm provocado na cidade de Almada, nomeadamente na zona onde vivo. Todavia, antes de iniciar a sessão no meu blog fiz as visitas habituais aos blogs de alguns amigos. E encontrei um pequeno texto com o qual me identifiquei e que considerei excepcionalmente belo e por considerá-lo assim, passo a citá-lo:
"Tomei banho e vesti-me de lavado. Era domingo. Saí para a rua camuflada dos meus destroços interiores. A fachada retocada para não deixar ver nem adivinhar, a devastação do interior." Posted by Ophélia Euphémia
Muitas vezes saio para a rua com o interior devastado...mas saio camuflada ou retocada. A vida, a sociedade assim me obrigam. Tantas vezes o sinto, provavelmente nunca conseguiria dizê-lo desta forma tão simples e bonita. Por isso aconselho uma visita demorada ao blog:

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Natal

Começo a respirar Natal e unicamente Natal...Época que me ilumina e com a qual fantasio durante todo o ano... Natal é fantasia, magia...Adoro efectuar alguns passes de magia e colocar alguns sorrisos nas pessoas que mais amo. Por isso vivo intensamente o Natal e para mim seria complicado não passar estes momentos com a minha família materna, com quem passei desde sempre.
Gosto de entrar nas lojas e fazer as compras, observar o rebuliço próprio da época...Adoro ver o brilho nos olhos das crianças...a sua alegria gritante com a proximidade do homem barrigudo de barbas brancas. Apesar dos lamentos já usuais acerca do consumismo que se apoderou das pessoas, a verdade é que cabe a nós manter o verdadeiro espírito natalício e continuar a maravilharmo-nos com o brilho nos olhos das crianças e o seu sorriso verdadeiro e sincero. E transmitir a mensagem de amor, carinho e fraternidade a tantos quanto pudermos. É pelo menos essa a minha vontade.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O tique irritante

Tenho um tique que me irrita profundamente e que procuro corrigi-lo mas ...E o tique é este mesmo, não acabo muitas das frases que começo. É amplamente perceptível na oralidade porque na escrita tenho mais tempo para pensar e... Irra mais uma vez não acabei a frase!!!!O meu maior problema é que, quando me expresso oralmente, dou entoação às frases dando a ideia que ainda tenho muito por dizer. Mas na verdade desta cabeça oca já não brota mais nada. É um drama diário!!!Neste momento estou a recorrer à ironia, mas a verdade é que gostaria de terminar o maior número de frases possível. Quando estou numa conversação e na tentativa de introduzir algumas melhorias nesta minha incorrecção, procuro não ser tão precipitada, falando unicamente quando sei que a minha frase tem princípio meio e fim, porém após este longo processo mental, quando a frase é expressa já se encontra completamente fora do contexto. O que acaba por causar alguma estranheza nos demais. Enfim, vou ter que continuar a fazer aquilo que para mim é um enorme esforço intelectual e que para os outros é uma tarefa banal...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A pós-graduação

Comecei a pós-graduação em Educação Especial, com algum receio...as questões assolavam a minha mente...Será que os temas abordados serão interessantes? Suficientemente interessantes para que eu possa adquirir a motivação de voltar a estudar após um período tão longo unicamente a trabalhar? Mas a mais assustadora de todas é a questão que ainda hoje não encontrei resposta e provavelmente não encontrarei tão cedo e que diz respeito ao perfil para desempenhar um cargo tão premente e tão significativo para as crianças que necessitam de cuidados especiais. Quanto às primeiras questões posso afirmar que os primeiros tempos passados na pós-graduação foram proveitosos e os módulos abordados têm sido interessantes. O horário é complicado, 6ª feira das 16h às 23h20 e sábados das 9h às 18h. O final da semana é sempre cansativo e o sábado por norma ajuda a retemperar as forças. Mas a motivação persiste apesar das adversidades. Na escola tudo decorre dentro da normalidade e o primeiro período aproxima-se do fim, o que significa que o Natal se aproxima...rapidamente. Eu adoro o Natal e tudo o que representa. Para mim, é a melhor época do ano. Costumo passar o Natal com a minha família materna que é muito animada, gosta de comer e beber bem e por isso aproveita estes momentos em que estamos todos juntos para se divertir. Este ano será um Natal ligeiramente diferente, o meu irmão casou recentemente e irá passar a quadra com a família da sua mulher, a minha mãe irá de certeza sentir a sua falta. Mas o Natal, para nós é a festa da família e assim o continuaremos a celebrar, mesmo quando algum membro querido da família desaparece ou se afasta por outras razões.

sábado, 3 de novembro de 2007

Os dias que passam...

Olho por diversas vezes para o ecrã vazio e frio, sinto necessidade de escrever...Porém não tenho tema, nada me ocorre, nada me inspira o suficiente para exprimir sentimentos ou opiniões. Será que a minha vida é assim tão vazia de significado?...Penso que não, definitivamente a tristeza ou o lado mais obscuro da vida conduzem-me mais facilmente à escrita. Provavelmente pela necessidade de exprimir e libertar os sentimentos de tristeza e de revolta. A minha vida entrou na rotina comum, escola, casa, preparar aulas, materiais, testes, corrigir fichas de avaliação, tudo corre bem. Sinto que estou a apaixonar-me por uma turma do nono ano, espero ser correspondida e não terminar com uma desilusão. Ocasionalmente vou ao cinema, ontem fui ver o filme "Elisabeth"- A idade de Ouro, ou saio com amigos para uma amena conversa. E assim se passam os meus dias...a rotina e o dia-a-dia transmitem alguma segurança e bem-estar, não provocando, contudo, emoções ou sentimentos suficientemente fortes e interessantes que eu sinta necessidade de exprimir ou partilhar com mais alguém. Decidi, todavia, dar mais cor à minha vida, com algum enriquecimento cultural e profissional, para semana irei iniciar a frequência de uma pós-graduação em Educação Especial. Considero que esta especialização me poderá fornecer algumas ferramentas para lidar melhor com os alunos com necessidades educativas especiais. Espero obter sucesso neste investimento.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O meu ídolo de humor inteligente

Ontem, enquanto procurava uma prenda para a minha amiga Marta, cruzei-me com uma das pessoas que mais admiro na actualidade. Não é nenhum político ou ideólogo, mas é alguém que exprime com muito humor alguns dos meus pensamentos e que me faz acreditar que existe humor inteligente. Fiquei surpreendida com a presença de Ricardo Araújo Pereira mesmo ao meu lado, a folhear uma série de livros, na Fnac. Uma vez que se encontrava ao telefone com um dos elementos do Gato, consegui obter uma antevisão do programa de domingo, e entre os diversos escaparates repletos de livros fui esboçando alguns sorrisos tímidos. Era impossível não ouvir a conversa que se tornava cada vez mais interessante. Quando finalmente encontrei a obra que procurava...suspirei, era com todo o agrado que iria conversar com o Ricardo, explicava-lhe que sou sua admiradora desde o tempo em que ele fazia parte das Produções Fictícias e escrevia com o Miguel Góis crónicas para o Jornal "A Bola". Que o seu primeiro livro resultado destas crónicas, encontra-se religiosamente guardado na minha mesinha de cabeceira, para poder adormecer após algumas gargalhadas mesmo quando a vida não corre de feição. Porém imaginei o que ele sentiria se todos aqueles que o admiram, o abordassem, mesmo que fosse apenas para demonstrar a sua admiração.
Dirigi-me, então, para a saída, deixando o Ricardo nas suas compras. Mais uma vez o Gato Fedorento fez-me rir e desta vez até foi ao vivo. Domingo, atenção ao sketche do caixão, espero que não o cortem.

sábado, 6 de outubro de 2007

O dia 5 de Outubro

O dia 5 de Outubro assinala a implantação da república em Portugal, porém neste dia também se comemora mundialmente, o dia do professor. No ano passado este dia foi marcado pela maior manifestação de professores realizada em Portugal, depois do 25 de Abril. Este ano o Presidente da República incluiu no seu discurso uma palavra de apreço e carinho pela classe docente portuguesa. Discurso bem recebido pelos sindicatos conectados com os professores. Durante algum tempo alimentou-se na opinião pública uma má, e por vezes errada, imagem dos professores. Que se enquadra na história portuguesa do pós-25 de Abril. Com a democratização do ensino, surgiram muitas vagas na área da docência que passou a ser uma segunda hipótese para muitos licenciados que não encontravam as saídas profissionais desejadas. O meu professor de Matemática do 7º ano era engenheiro e no final do 1º período deixou a escola para trabalhar na sua área de formação. Muitos ingressaram no ensino temporariamente, outros foram ficando. A verdade é que nem todos teriam o perfil para a docência, nem mesmo a formação pedagógica adequada, mas praticamente todos se adaptaram à sua nova profissão. Foi o resultado de um período mais ou menos desorganizado que o país viveu. O que é certo é que essas pessoas conseguiram o seu lugar na docência e conquistaram regalias e direitos que lhe foram sendo oferecidos pelos sucessivos ministérios e governos, nada foi usurpado. Parece-me que também é altura de fazer um pequeno reparo, em todas as profissionais há bons e maus profissionais e obviamente que na docência acontece o mesmo. Quem está ligado à escola tem conhecimento dessa situação. O problema desta situação é a sua generalização, todos sabemos que há professores que não ligam aos alunos nem ao seu empenho, que não estabelecem empatia, que não sabem ensinar, que não sabem ouvir os seus discentes...mas também há bons professores e os professores que nos marcam de alguma forma, porque nos motivam para alguma matéria específica, porque nos dão atenção quando mais precisamos ou simplesmente porque nos tocam o nosso coração. E destes professores ninguém fala! Actualmente, só ingressa na carreira docente, quem gosta muito e está disposto a fazer muitos sacrifícios pela sua profissão. A melhoria do ensino passa, claramente, por uma atitude diferente em relação aos professores, principalmente de RESPEITO para com a sua profissão, para com a sua pessoa.

sábado, 29 de setembro de 2007

Um passeio à Baixa Pombalina

Tinha muito interesse em visitar as Ruínas Romanas na Baixa de Lisboa que tal como foi noticiado estariam abertas ao público durante este fim-de-semana. As galerias, geralmente, estão fechadas ao público, por se encontrarem sempre submersas com cerca de um metro e meio de água. Apenas uma vez por ano é possível descer às galerias, quando se efectua a bombagem da água. Este processo é moroso e se for realizado frequentemente pode danificar o monumento ou os edifícios em redor. O local mais simbólico do conjunto de ruínas é a "Galeria das Nascentes", onde brota do chão água proveniente das correntes freáticas que atravessam os subsolos da Baixa Pombalina. A Galeria das Nascentes é uma estrutura, a cerca de cinco metros abaixo do solo, com aproximadamente doze metros de abobada em pedra e tijoleira. Descoberta durante a reconstrução da cidade, após o grande terramoto de 1755, a estrutura foi alvo de várias teses sobre a sua função original, sendo hoje quase unânime que seria um criptopórtico. Os criptopórticos eram construções abobadadas, adoptadas pelos romanos em terrenos instáveis ou irregulares para criar uma plataforma de suporte a outras edificações, normalmente públicas. As características construtivas, o tipo e os materiais utilizados sugerem uma construção da época de Augusto, entre os séculos I antes de Cristo e I depois de Cristo, contemporânea de outros grandes edifícios públicos da então cidade de Olisipo.
As primeiras notícias sobre um vasto conjunto de galerias no subsolo de Lisboa surgiram em 1771. Em 1859, obras de saneamento permitiram, "pela única vez", observar restos das construções romanas que se erguiam sobre as galerias. As galerias foram apenas abertas para visitas esporádicas de jornalistas e investigadores, iniciadas em 1909, sendo à data conhecidas como "Conservas de Água da Rua da Prata" por serem usadas pela população como cisterna.
Enfrentei chuva torrencial, vento forte e fui até à Baixa Pombalina porém, o meu interesse era partilhado por mais algumas centenas de pessoas a quem o mau tempo não assustou. Fui aconselhado por um agente da autoridade a não aguardar na fila pois não teria possibilidade de fazer a tão desejada visita. Voltei para casa desanimada, tristonha e completamente encharcada. Ainda não foi desta que conheci as ruínas romanas. Quem sabe para o ano?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

De volta

Tenho estado ausente do blog, é verdade! Não é por falta de tempo, nem por excesso de trabalho...é mesmo por falta de vontade de escrever e também por falta de inspiração (problema dos escritores...)!!!No início do ano lectivo sou sempre assim, só penso em construir materiais didácticos, em preparar as aulas, em conhecer os novos alunos, como poderei motivá-los, enfim um sem número de actividades. Felizmente ao longo do ano lectivo, consigo organizar melhor o meu tempo e começo a ocupar-me com outras actividades.
Esta é tembém a altura em que mais penso nos alunos a quem leccionei no ano anterior. Será que sentem a minha falta?A História continua a ser interessante para eles?E o Projecto do 7ºA será que tem continuidade no 8º A? E a minha direcção de turma, como se sentirá sem as repreensões constantes em Formação Cívica? As dúvidas assaltam-me e torturam a minha mente. Gostei muito dos alunos do ano lectivo transacto, provavelmente também me afeiçoarei aos alunos deste ano. Todavia, garanto esta é uma fase complicada para mim.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O adeus à Escola Professor Ruy Luís Gomes

No dia que fui apresentar-me ao serviço na Escola Básica 2º, 3º ciclo de Vale de Milhaços, resolvi fazer o que vinha adiar constantemente, dizer o adeus definitivo à escola onde desempenhei funções lectivas durante dois anos. E procurei ser breve, porque sentia muita emoção e simultaneamente muita estranheza por em tão curto espaço de tempo ter desenvolvido sentimentos tão genuínos e relações tão afectivas com as pessoas daquela escola. Quando revelei no Conselho Executivo que já me encontrava a trabalhar, vi os olhos a brilharem das professoras que lá se encontravam, que procuraram partilhar a notícia como se de um prémio de lotaria se tratasse. Com a Margarida, minha colega de grupo disciplinar, que se encontrava a trabalhar na sala de professores, a minha voz tremeu de emoção, os meus olhos ficaram repletos de lágrimas de emoção e de tristeza...Tentei auto-convencer e portanto revelei aos colegas, aos alunos, aos funcionários (a doce D. Liliana partilhou comigo numa voz entristecida que gostava muito que eu fosse professora do filho), que voltaria em breve, que o adeus não era para sempre.
Porém...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vale de Milhaços

Depois de 12 dias de grande tristeza, afinal ainda sou professora. Escola de Vale de Milhaços em Corroios aí vou eu.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Os 3 inseparáveis

Prometi que falaria deste tema...pois promessa cumprida. Não se será a melhor altura, a inspiração é pouca...mas os 3 merecem. Quem são os três inseparáveis?A Andreia, a Farha e o Diogo, alunos do 8º ano, turma B. Esta amizade terá começado no final do ano lectivo 2005/2006 quando ainda frequentavam o 7º ano de escolaridade. É autêntica e verdadeira, pelo menos assim parece, e fez-lhes muito bem. O acanhamento da Andreia diminuiu e ela tornou-se mais sorridente, o Diogo ficou menos inquieto e mais responsável e a Farha perdeu alguma timidez e ganhou confiança. A amizade teve os seus frutos também no que diz respeito aos resultados escolares, na minha disciplina, as suas notas subiram e consolidaram.
Este trio destacou-se, na escola, pela brincadeira constante em que se encontrava nos intervalos e por aguardarem pelos seus professores à porta da sua sala. Alguns professores, como era o meu caso, mas também as professoras de Ciências da Natureza, Matemática ou Física-Química, eram recebidos com um abraço muito carinhoso por parte dos três, tão carinhoso como apertado. E por essa razão tornaram-se conhecidos de todos os docentes, provocando até pequenos ciumes por parte de alguns colegas, por não serem recebidos de forma tão calorosa. Ao que eu respondia: "Eu sou afortunada, sou professora do 8º B"

domingo, 2 de setembro de 2007

A derrota

Uma grande amiga disse-me que se sentia derrotada...como definiu correctamente o que eu sinto. Depois de tanta luta, tantos sacrifícios, de tanto empenho...o caminho chegou ao fim. Está na hora de traçar um novo rumo para a sua vida, é esta a mensagem do Ministério da Educação...Será possível que quem abandonou casa, família, amigos, a sua vida, apenas para poder exercer a profissão que gostava e sonhava para si, é apenas uma candidata a professora?Durante dez anos a precariedade da minha profissão foi aceite ao verificar que gostava de leccionar, que sentia alegria ao exercer as minhas tarefas, portanto os horários e respectivos salários reduzidos tornavam-se insignificantes quando terminava o dia e os "meus meninos" tinham adquirido conhecimentos históricos suficientes para poderem pensar por si, sobre o passado, o presente e o futuro. Desde que no final do período, ou do ano, tivesse conseguido sensibilizar e motivar alguns alunos para o ensino, permitindo o seu crescimento enquanto seres humanos, eu sentia-me afortunada.
Houve momentos de desânimo, em que pensava que a insegurança e as parcas condições não mereceriam o meu esforço...porém o meu pai, permanentemente secundado pela minha mãe, olhando sempre nos meus olhos dizia-me: "ficarás contente se exerceres outra profissão?"A curta experiência noutras áreas levava-me a abanar lentamente a cabeça, ao que ele replicava: "Então luta pela tua felicidade!". E foi sempre com um sorriso nos lábios que prossegui na tentativa de construir a minha carreira docente e tracei o meu rumo profissional.
Hoje, a luta pela felicidade terminou. Aparentemente, as condições foram alteradas e eu e os outros 45000 professores já não somos necessários para o sistema de ensino em Portugal.
Hoje, Pai, precisava que estivesses ao meu lado para me auxiliares a traçar um novo rumo ou a providenciar-me novas armas para continuar a lutar.

sábado, 25 de agosto de 2007

Figo Maduro

O Pedro já voltou do Afeganistão...Que alegria. Fui esperá-lo à base militar de Figo Maduro. Que nervoso...apenas cheguei com 2 horas e meia de antecedência...Mas foi fantástico, se não tivesse ido arrependia-me para toda a vida. A emoção vivida pelas dezenas de familiares e amigos que ali se encontravam era intensa e transcendente. O Pedro chegou bem e ligeiramente emocionado, como era de esperar. Porém, passados os primeiros momentos parecia o Pedro de sempre, conversador e bem disposto. O meu receio de que ele viria mudado, aparentemente não faz sentido.
Rever o Pedro foi um momento emocionante e inesquecível...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ansiedade

Pois é... a ansiedade aumenta e a perturbação agrava-se...Eventualmente a experiência e as vivências anteriores poderiam auxiliar a superar de forma mais agradável este período, porém não é verdade!Falo dos resultados das colocações, como sou contratada, todos os anos concorro para obter um lugar em qualquer escola do país. Estes lugares são necessidades residuais das escolas, ou seja, a escola não necessita de um professor para sempre para aquele lugar, mas sim de um docente que durante um curto período de tempo desempenhe funções lectivas. O que significa, que o lugar a ocupar pode ser apenas para leccionar algumas horas (em vocabulário de professor, horário incompleto, sendo que o desejo maior é um horário completo...).Digamos que, apesar de leccionar há mais de dez anos ainda não sonho com horários completos...apenas com uma colocação, somente um lugar perto de casa...para que não importe muitos custos. Sim, porque o tempo de serviço e o ordenado são calculados em proporção das horas do horário que conseguimos. Concursos de docentes são uma autêntica carga de trabalhos e exige conhecimentos enciclopédicos! Um leigo na temática de concursos e carreira docente deve sentir-se à deriva, eu própria, frequentemente, sinto o mesmo.
Bom já concorri, já fiz as minhas opções...agora tenho que aguardar até ao dia 31 de Agosto para saber o que me espera...se há vaga para mim ou terei que aguardar (é o mais angustiante). Se há vaga, onde é, que horário é...enfim. Qual é o meu futuro? Com dúvidas como esta é óbvio que o sono tarda a vir e quando surge, por vezes, é muito perturbado. Durante o dia, e eu esforço para que tal não aconteça, a mente divaga pelos caminhos tortuosos da dúvida e da incerteza.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Fim-de-semana em Marrancos

Com o pretexto de ir ao casamento do meu amigo Zé, fui passar 4 dias a Marrancos. Marrancos é uma pequena freguesia do concelho de Vila Verde, no distrito de Braga. O meu pai era oriundo desta freguesia e um verdadeiro apaixonado por Marrancos. Essa paixão foi transmitida a toda a família através das férias anuais passadas, inicialmente, na quinta do meu avô paterno e posteriormente na casa que o meu pai desejou, sonhou, desenhou e construiu. O meu irmão e eu gostávamos tanto das nossas férias que no dia em que terminavam as férias e voltávamos a casa, começávamos a nossa contagem decrescente para o dia do regresso. Durante estas férias anuais foi possível, para mim e para o meu irmão, fazermos bons amigos. Marrancos significava, sol, alegria, sossego, ar livre, liberdade e muita brincadeira. Na nossa opinião era o local de férias ideal. Posteriormente vivi em Marrancos por razões profissionais, e a magia desapareceu. Nestes 4 dias de descanso voltei a sentir como nos meus tempos de criança...É excelente acordar ao som dos pássaros, poder respirar ar puro, desfrutar do sossego e calma próprias de uma aldeia mas também poder conviver com amigos.
Foram 4 dias maravilhosos e revigorantes.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Um dia de férias

Até agora, hoje tem sido um dia de férias excelente...Dormi sem despertador...portanto até querer, almocei cedo e depois das 15 horas (para evitar as piores horas do sol) fui até à praia. A bandeira estava verde e a temperatura da água do mar bastante acessível, o que significou, para mim, largos minutos dentro de água a mergulhar e a refrescar.
Na minha opinião é uma óptima forma de passar as férias, mesmo estando em casa...
Esperemos que o resto do dia continue a correr da melhor maneira.

domingo, 29 de julho de 2007

4º e último dia em Londres

Acordei cedo e dirigi-me para o Madam Tussaud's Waxworks, onde já uma fila bastante longa de pessoas aguardava entrada no museu, apesar do valor exorbitante da entrada. O museu está organizado de uma forma engraçada, fazendo com que as pessoas se cruzem com as celebridades de cera nas diferentes salas, sendo por vezes difícil distinguir, as estátuas dos visitantes. É extremamente divertido, nomeadamente para os mais novos. O representante português na amálgama de famosos presentes, está bem visível e na minha perspectiva é uma das estátuas mais bem conseguidas, provavelmente devido ao olhar frio e distante que o verdadeiro José Mourinho apresenta frequentemente. A visita ao museu inclui uma ida à Câmara dos Horrores (pouco interessante), uma viagem ao espírito e história de Londres num típico táxi (bem agradável) e a projecção de um filme no auditório que se revelou ser de paupérrimo gosto.
À saída consultei o relógio, uma vez que não estava a chover estava na hora de seguir para o Palácio de Buckingham para assistir ao render da guarda real (era uma lacuna enorme que ficava na minha viagem caso não presenciasse o momento mais emblemático da cidade de Londres). Atravessei o Green Park e consegui um lugar algo decrépito no meio daquela massa gigantesca de turistas.
Após o famoso render da guarda, comprei mais alguns postais, almocei e fui buscar a bagagem para seguir para o gigantesco e movimentado aeroporto de Heathrow. Estava de regresso a casa, mais uma vez voei numa excelente companhia, ou seja na TAP. Os teenagers no avião vibraram com a presença da cantora Melanie C, verificou-se algum atraso mas apesar de tudo a viagem decorreu da melhor forma.
As minhas últimas observações sobre Londres dizem respeito àquilo que mais apreciei na cidade, ou seja, a metrópole propriamente dita, mais do que os monumentos, as pinturas, as construções ou as vistas que Londres oferece, gostei da riqueza cultural que a cidade possui, fruto não só dos milhões de turistas de todo o mundo que a visitam, mas principalmente das diferentes nacionalidades, etnias ou raças que constituem a população londrina. Fazendo com que não se olhe para o outro porque é diferente, ele é apenas mais um, do todo que todos fazem parte. Os ingleses com quem falei foram extremamente acessíveis, procurando sempre auxiliar mesmo apesar do meu inglês já estar enferrujado e com sotaque americanizado. É uma cidade onde gostaria de passar mais algum tempo (um mês pelo menos) para poder desfrutar da verdadeira vivência de Londres.

sábado, 28 de julho de 2007

3º dia em Londres

Reservei a manhã deste dia para a parte leste e sul da cidade. Quando cheguei ao Tube (o Metro), verifiquei que as estações do metro da parte da cidade para onde me dirigia estavam encerradas, durante o fim-de-semana, devido a obras de melhoramento (o Underground londrino remonta à 2ª guerra mundial). O que fazer? Decidi resolver um problema ou melhor uma estação de cada vez. Primeira etapa: St Paul's Cathedral, local onde os príncipes de Gales contraíram matrimónio. Majestosa e soberba, esta Catedral anglicana destaca-se pela sua cripta onde é prestada homenagem a todos os que perderam a vida em nome do Reino Unido, dos mais conhecidos ao mais incógnito. É importante para a preservação e compreensão da história inglesa. Segui a pé até ao Tate Modern, localizado no lado sul da cidade, na outra margem do rio. Esta passagem só é possível, através de uma ponte pedestre inaugurada recentemente. O Tate Modern ocupa o edifício de uma antiga central eléctrica, o que o torna singular. Infelizmente não tenho sensibilidade suficiente para compreender e apreciar a arte moderna, por isso demorei-me uma escassa meia hora neste museu. O meu maior problema era, como ir até à Tower Brigde (na foto) e à Tower of London? A distância era razoável, optei pelo mais fácil...fui andando a pé por um caminho junto ao Tamisa no lado sul da cidade. Foi uma escolha...óptima ...mas cansativa. Este passeio junto ao rio foi extremamente agradável, podendo apreciar a vista da cidade e caminhando sempre, salvo raras excepções, junto ao rio. Passei pelo Shakespeare Globe Theatre ou pela católica e bonita Catedral de Southwark até à Tower Bridge, um dos locais mais emblemáticos de Londres. Subi à passarela superior onde é possível fotografar a cidade em todos os ângulos (como é visível na fotografia) e visitei as caves/oficinas com toda a maquinaria que permite elevar o tabuleiro inferior da ponte. Apesar de ter apreciado, considero o preço da visita à ponte demasiado elevado. Atravessei a ponte para a margem norte do rio Tamisa onde parei para visitar a Torre de Londres. Fortificação imponente, foi construída para garantir a defesa da cidade e serviu também de palácio real. Nela tiveram lugar alguns dos episódios mais sangrentos da história inglesa (como a morte de Ana Bolena ou de Eduardo V e seu irmão, que são apenas os mais notórios). Actualmente, na visita a esta fortificação, para além de observar alguns dos instrumentos de tortura e armas de defesa utilizados ao longo do tempo, é possível contemplar algumas das jóias da Coroa como a Coroa da Rainha Mãe. Antes de iniciar a minha visita ao interior das diversas torres que compõem o edifício, acompanhei um beefeater (um guarda oficial da torre) que com algum humor (o típico humor inglês) relatou sucintamente a história da fortificação. Deveras fascinante.
Quando saí, caminhei cerca de 20 minutos até à estação de Metro mais perto a funcionar. A chuva voltava a incomodar. Ainda fotografei o Monument, construído para assinalar a reconstrução da cidade após o último incêndio que devastou Londres. Segui para o bairro de Notting Hill que é exactamente como vemos na televisão e nos filmes, ou seja, um local de sonho dentro da grande metrópole de Londres. Em Notting Hill e num sábado não podia deixar de percorrer o famoso e gigantesco mercado de Portobello, onde nas suas imensas bancas ou nas lojas que o circundeiam podemos encontrar um pouco de tudo ou as coisas mais inacreditavéis. Ao sábado junta-se a este mercado da moda londrina a venda de antiguidades e aqui respira-se um ambiente muito peculiar.
O cansaço voltava a intensificar por isso encaminhei-me para o Hyde Park pelo Speaker's Corner e aproveitei uma das muitas cadeiras que se encontram espalhadas pelo parque para repousar um pouco e desfrutar a calma que a natureza nos oferece mesmo no centro da cidade de Londres. Quando vi no céu um tom ameaçador resolvi dar uma volta pelo parque, porém a chuva começou a cair intensamente e o passo de passeio passou a de corrida, ainda consegui vislumbrar o lago Serpentine, o Speke's Monument e o monumento de tributo à princesa Diana. Continuei rapidamente até a residência onde após um bom banho e mais algum descanso, saí para jantar.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

2º dia em Londres

Saí cedo em direcção a Westminster, passei e guardei como recordação imagens do Big Ben, Houses of Parliament (Galeria da Câmara dos Comuns, Galeria da Câmara dos Lordes e a Jewel Tower), London's Eye e da Abadia de Westminster. Não sem antes interpelar, sobre uma direcção, um polícia por sinal bem apessoado e simpático, mas que impunha algum respeito com uma metralhadora a tiracolo. Segui para a Westminster Cathedral de orientação Católica, ao invés da Abadia que é anglicana e onde é preciso pagar para conhecer o seu interior. O exterior da Catedral de Westminster (na fotografia em cima) não se assemelha às catedrais católicas que já visitei, o seu interior é sóbrio e simples e emana espiritualidade. Sentei-me um pouco para sentir a paz e a tranquilidade que provinham do interior da Catedral. Reuni forças e rumei ao Palácio de Buckingham (foto ao lado) que os ingleses não consideram bonito mas que não deixa de ser imponente.
Com a chuva a começar a incomodar, atravessei o St James's Park, pelo caminho dedicado à princesa Diana até ao Cabinet War Rooms. Após pagar a entrada recuei no tempo até à 2ª Guerra Mundial. É preciso dizer que o espaço é subterrâneo e comporta um museu fabuloso dedicado a Winston Churchill e os gabinetes onde o primeiro-ministro inglês e restantes governantes se refugiaram e delinearam estratégias durante a 2ª Guerra Mundial. Estes 21 gabinetes encontram-se com o mesmo aspecto que tinham quando foram abandonados no final da guerra em 1945. A recriação histórica está tão bem concebida e tão assustadoramente real que cheguei a apressar o passo quando soaram as sirenes alertando para os bombardeamentos sobre a cidade. Para mim, foi deslumbrante e uma verdadeira lição de história ao vivo.
Saí a tempo de assistir ao render da guarda no Palácio de Buckingham, uma das maiores atracções de Londres, mas que não veio a acontecer devido à chuva que começou a cair torrencialmente. Segui para Piccaddily Circus onde comprei mais umas lembranças e a pé voltei à praça de Trafalgar para fotografar o Nelson e visitar o National Gallery. Confesso que passei mais de três horas neste museu a apreciar belas pinturas de Rafael, Da Vinci, Miguel Angelo, Rembrant, Van Gogh, Monet ou John Constable que também o meu pai gostava muito.
Quando deixei o National Gallery fui mais uma vez a pé até Oxford Street, pelo bairro do Soho até Gover Street onde ficava o local de dormida. O passeio foi muito interessante pela variedade de pessoas, casas, lojas com que podemos nos deparar mas principalmente por ser uma zona tipicamente londrina.
As dores nas costas começam a intensificar e a incomodar-me.
CARNABY STREET (Soho)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

1º dia em Londres

British Museum
Cheguei a Londres logo de manhã o que me permitiu instalar rapidamente e partir em passo de corrida para o British Museum que dista do local onde pernoitei apenas algumas centenas de metros. No primeiro dia a energia era muita e a ansiedade para conhecer este grande museu era ainda maior. O British não defraudou as minhas expectativas, com uma colecção riquíssima e muito bem organizado. Tal como aconteceu no Prado e no Louvre, é impossível conhecer todas as potencialidades do museu, com quatro quilómetros de extensão, numa curta visita como a minha. Fiz, por essa razão, a opção de visitar as colecções egípcia, grega e romana antigas. A selecção foi feita por razões puramente afectivas. Tirei algumas fotografias que poderei utilizar como recursos materiais em futuras aulas sobre estas temáticas. Vi a Pedra da Roseta (que permitiu a descodificação dos hieróglifos), algumas múmias e sarcófagos. No que diz respeito à civilização da Grécia, destaco a reconstituição de parte do Parténon de Atenas. E no que se refere aos romanos a estatuária e os baixos-relevo e altos-relevo são relevantes.
Saí do British e decidi ir às compras, passei pelos ENORMES armazéns Harrod's onde comprei biscoitos para a família toda. Avancei para o Covent Garden (na fotografia) e o seu mercado peculiar e característico. É um espaço muito interessante pela diversidade mas também pela sua beleza.
Decidi após as compras, voltar a pé, afinal só assim é que se conhece a verdadeira cidade. Segui até Leicester Square, passei por Trafalgar Square onde tive oportunidade de visitar o National Portrait Gallery que expõe uma colecção de retratos das personalidades mais populares e ilustres da Grã-Bretanha desde o século XVI, penso eu. Para mim, com pouco significado.
Continuei o meu percurso londrino pela Tottenham Court Road até Goodge Street onde fui jantar num restaurante português com grande sucesso em Londres (já tem pelo menos, que eu visse, duas lojas), o Nando's, cuja especialidade é Frango no Churrasco. Após o jantar foi possível aperceber-me do início da noite londrina, com os famosos pubs repletos de pessoas, principalmente ingleses, a beber cerveja.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Visita a Londres

Dia 25 de Julho de 2007
Nos últimos dias estive na grande cidade de Londres, mas antes de falar dos dias inesquecíveis que vivi, pretendo realçar a grandeza de uma grande companhia aérea que me transportou nesta viagem. A Transportadora Aérea Portuguesa! Quando voamos na Tap é sempre com a certeza que voamos de forma VIP. Com todas as condições de segurança, com uma pilotagem segura e sem sobressaltos, com todo apoio em termos de relações humanas ou em termos logísticos. Para quem vai viajar e possa ter algum receio de voar, escolher a Tap é a solução com a garantia de que a viagem decorre da melhor forma e subitamente verifica que até já aterrou no seu destino.
Penso que nunca é demasiado exaltar o que é nacional, desta forma decidi escrever o quanto gostei de viajar na nossa companhia aérea. Obrigada Tap, sempre que possível serás a minha escolha.
Sobre Londres esboçarei umas ideias nos próximos dias....

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O 8ºB

Dia 12 de Julho de 2007
Hoje tenho de escrever sobre o 8ºB, não só por ser uma turma muito especial para mim, mas também porque prometi ao Diogo que o faria. Por casualidade do concurso, leccionei a disciplina de História quando os alunos ainda se encontravam no sétimo ano de escolaridade, tendo esse ano decorrido com normalidade. Em Setembro reencontrei-me com a turma mais uma vez para leccionar a mesma disciplina. O que permitiu a minha realização enquanto profissional do ensino. Foi fantástico para mim. E porquê? Porque as aulas decorreram de forma agradável, leccionei a matéria, os alunos revelaram atenção, interesse, empenho, participavam nas aulas e obtiveram resultados positivos. Durante o ano lectivo, houve tempo para os alunos aprenderem, eu aprender com eles, conversarmos sobre temas da actualidade (o "Príncipe Carlos" como eu o intitulava, o Kali para os colegas destacava-se pela sua inteligência e cultura invulgares num aluno de 13 ou 14 anos, era sempre uma mais valia conversar com ele). Ainda sobrou tempo para algumas gargalhadas ou conversas banais. Considero que todos os meninos amadureceram e evoluíram, não só como alunos, mas também como pessoas. Sabem ouvir, procuram compreender os outros e tem um sentido de solidariedade único. São pessoas simples e humildes mas sempre dispostas ajudar seja quem for. A sensibilidade é genuína e brota dos seus gestos e olhos com toda a naturalidade. Comoveram-me por diversas vezes. Pelo seu trabalho, pelo seu comportamento, por serem quem são, resolvi retribuir todos os bons momentos que me proporcionaram como professora e como pessoa, oferecendo-lhes um lanche no final do ano lectivo. Foi pouco tendo em conta tudo o que o 8ºB me ofereceu ao longo do ano lectivo.
PS- Diogo: publicarei outra mensagem só com os "3 inseparáveis"!

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dia 9 de Julho Hoje estou sem grande inspiração. Após uma tentativa frustada de assistir ao debate televisivo dos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, resolvi passar um serão divertido. Recorri ao Youtube e ao Fantástico Gato Fedorento e no meio de milhares de skecthes magníficos reencontrei esta pérola maravilhosa que me fez rir até às lagrimas. GatoFedorento-o anão Aconselho vivamente serões como este meu!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

O email

Hoje enviei um e-mail ao Pedro. Mas qual a razão da importância deste e-mail? Em primeiro lugar convém explicar quem é o Pedro. Conheço o Pedro desde que nasceu, tinha eu cerca de 12 anos. Os seus irmãos mais velhos eram "meus amigos de férias grandes". As minhas férias eram passadas na terra do meu pai, uma freguesia do concelho de Vila Verde, no distrito de Braga. Acompanhei o crescimento do Pedro que seguia constantemente os irmãos. Quis o meu destino profissional que fosse leccionar por diversos anos para a região de Braga. Foi o destino ainda mais peculiar quando por breves dias fui professora do Pedro. A nossa amizade cresceu à medida que o Pedro se tornou adulto. Actualmente é um dos meus grandes amigos. O Pedro está fora do país a lutar, voluntariamente, pelos ideais da democracia, da justiça e da Paz numa zona conturbada do globo, o Afeganistão. Envio vários e-mails para que sinta a minha amizade mesmo a milhares de quilometros e se sinta ligeiramente mais aconchegado e menos desamparado. Sei que não sou a única. Enquanto persiste a missão o meu coração está pequenino e muito atento às notícias... O mundo ficaria de luto se o Pedro desaparecesse, o meu nunca mais seria o mesmo.

O Elvis

O Elvis... Que não o Presley...Tantas vezes o apelidei dessa forma. Penso que ele não percebeu a razão de o chamar assim. A geração do Elvis já não se identifica com o cantor Presley. Os olhos tristes e o desalento no rosto do Elvis quando soube que tinha ficado retido no sétimo ano de escolaridade. O peso na minha consciência, será que fiz tudo pelo menino Elvis? O que irá acontecer-lhe?Deixará a escola? Irá trabalhar? Sempre que fecho os meus olhos vejo o rosto triste do Elvis, sinto-me responsável pelo seu fracasso. E cada vez mais sinto que a posição de avaliadora, de atribuir classificação a alguém, é muito ingrata. Eu não dou aulas para que os alunos coloquem na cabeça uma série de conhecimentos históricos que esquecem rapidamente ou que não sabem aplicar. Para mim é mais importante contribuir para o seu desenvolvimento e crescimento enquanto seres humanos integrados na sociedade. Será que este objectivo foi conseguido com o Elvis?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Dia 1

Sentada em frente ao ecrã...nem sei por onde começar!! Querido Diário: Não me conheces, identifico-me como Ana M., sou professora de História (contratada) e venho por este meio relatar o que de mais importante se passa na minha vida. Voltei a passar os olhos pela linda obra de Sebastião da Gama, Diário e REapaixonei-me pelo texto tão eloquentemente escrito e que expressa de forma tão clara aquilo que sinto em relação ao ensino. Enquanto estava na escola recebi a visita da Jéssica e da mãe. A Jéssica foi minha aluna durante este ano lectivo e queria agradecer "tudo o que fiz por ela". Cito: "Só passei por causa da setora". Sensibilizou-me... A Jéssica passou porque mereceu, porque revelou interesse e empenho...eu apenas tentei motivá-la e procurei que ela acreditasse em si própria. É assim que vejo e acredito no ensino.
A Jéssica trouxe-me duas lembranças que eu adorei...não era preciso bastava o seu sorriso doce e meigo. E ela conhece-me melhor do que eu pensava pois a oferenda que me fez, poderia ter sido uma aquisição minha...